Apple acaba de se tornar o policial de privacidade de facto da indústria de tecnologia
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No dia 30 de janeiro, a Apple iniciou o Facebook a partir de um programa que dá a permissão à empresas confiáveis para divulgarem aplicativos sem terem que passar por um processo de revisão da própria Apple, salientando o controle que o iPhone tem sobre quais serviços podem atuar em seus dispositivos universais.
Essa “repressão” aconteceu logo após a marca ter acusado a rede social de quebrar as regras, além de usar o programa de desenvolvimento para o envio de um aplicativo de pesquisa que coletava dados de telefones pessoais, em troca de dinheiro, mesmo sendo de adolescentes e crianças de até 13 anos.
A decisão da Apple trouxe consequências amplas no Facebook, pois até mesmo os funcionários não conseguiam acessar os aplicativos internos básicos usados nos menus de transporte e almoço. A empresa também não conseguiu testar versões de aplicativos novos, os quais ainda não foram amplamente divulgados para o público. Isso até prejudicou as comunicações dos funcionários, afetando as versões internas de seus aplicativos (do Facebook, Workplace e Messenger), como foi relatado ao Business Insider.
Com apenas um golpe, a Apple foi capaz de prejudicar a capacidade do Facebook de conduzir seus próprios negócios. Muitos defensores da privacidade temem que a Federal Trade Commission (agência independente do governo dos Estados Unidos que promove a proteção ao consumidor e a eliminação e prevenção de práticas comerciais anticompetitivas, como o monopólio coercitivo) não seja capaz de controlar todas as informações que o Facebook detêm.
Porém, advogados alertam que a Apple – lutando com falhas da segurança digital – é um “policial” de privacidade inadequado. O diretor executivo do Center for Digital Democracy, Jeffrey Chester, disse que a “Apple está se tornando a Facto Privacy Cop (FTC) de fato, na ausência do que supostamente deveria ser o regulador de privacidade do que a América está falando ou agindo”.
Os defensores da privacidade ainda afirmam que o incidente ressalta a necessidade de se ter uma dura lei federal de privacidade, assim como a consolidação da fiscalização da privacidade dos consumidores pela FTC. Chester ainda completa dizendo que o que a Apple fez foi significativo, porém que é uma pequena queda no segmento digital.
O que é certo é que a Apple não tem influência sobre o panorama mais amplo das plataformas de tecnologia, como o sistema operacional Android, do Google, por exemplo. Porém, elas está se posicionando como uma forte aplicadora de regras de privacidade em um momento especialmente difícil.